10 jun - 2019

Acadêmicos da FAE realizam automação de máquina para Cavaletti

Desafio da automação industrial: este foi o projeto que mostrou que a parceria entre faculdade e empresa poderia ir além de um final de semana. No evento, que fez parte do Salão do Empreendedor SEBRAE na Frinape de 2015, acadêmicos do curso de Eletrônica Industrial da Faculdade Anglicana de Erechim (FAE) foram desafiados a utilizar conhecimentos teóricos para buscar soluções para a inspeção de peça de um produto da Cavaletti, utilizando a eletro-eletrônica e a automação.

“A proximidade dos alunos com a empresa é fundamental para que possam enxergar o mundo real, da profissão, do trabalho, das possibilidades, das inovações, de como a empresa trabalha. Aqui os alunos estão em casa, a empresa está aberta”, enfatiza o diretor de Engenharia e Inovação da Cavaletti, Jairo Benincá. E é assim que a FAE enxerga a Cavaletti: como uma empresa de portas abertas para o aprendizado dos estudantes.

Como fruto desta confiança, em 2016 foi implantado o Centro Tecnológico Cavaletti/FAE, um espaço, dentro da empresa, onde os acadêmicos têm toda a estrutura necessária para criar novos conceitos de produtos e processos produtivos automatizados e customizados. Por meio do Centro Tecnológico, está em operação, há cerca de 30 dias, mais um projeto para FAE e Cavaletti se orgulharem. A proposta foi apresentada em junho de 2018 e solucionou uma demanda da empresa, que era otimizar a produção para obter mais produtividade/dia. A programação do Controlador Lógico Programável (CLP), o painel elétrico e instalações elétricas da máquina de processamento de tubos foram desenvolvidos pelos hoje egressos do curso de Eletrônica Industrial da FAE, Jones Luís Bertuzzi e Rafael Giaretton.

“Gosto muito da FAE, dos professores, tenho orgulho de ter estudado e estar estudando na instituição. Por isso, quando surgiu a oportunidade de levar o nome da FAE e do curso além da sala de aula aceitei na hora. Foi uma alegria muito grande quando testamos o projeto e vimos que estava funcionando conforme planejamos”, orgulha-se Jones, que está cursando o MBA em Gestão da Manutenção e Produção Industrial.

Hoje, a máquina que faz as peças para o suporte do encosto de uma cadeira giratória funciona com um único operador e entrega três mil peças por dia, antes eram necessários três funcionários para a produção de mil peças diárias. “O trabalho dos operadores era repetitivo e cansativo. Acredito que a automação é um dos processos que possibilita que os seres humanos sejam valorizados: todo o esforço físico passa a ser substituído pelo trabalho de pensar os processos”, avalia Mario Luiz Cavaletti, diretor vice-presidente da Cavaletti.

Além dos estudantes, o coordenador do curso de Eletrônica Industrial da FAE, Humberto de Pellegrini, e o Engenheiro Igor Farina também trabalharam no projeto. “O processo antigo não estava atendendo a necessidade da empresa. A partir daí, desenvolvi todo o projeto mecânico, sendo que a FAE contribuiu com o desenvolvimento elétrico e eletrônico da máquina”, explica Farina.

Para o coordenador do curso de Eletrônica Industrial da FAE, Humberto de Pellegrini, além da possibilidade de aplicar a teoria na prática, vivenciando o processo industrial, o projeto também foi finalizado com sucesso devido a agilidade com que foi cumprido. “Este processo de automação é extremamente complexo e, mesmo com toda esta complexidade, a agilidade foi um dos principais elementos para o sucesso: conseguíamos tomar decisões rápidas, ágeis e sem burocracia, o que fez toda a diferença”, ressalta Pellegrini.

“Foi bom ter participado deste projeto, pela oportunidade de colocar em prática o conhecimento adquirido na faculdade e aprender ainda mais sobre temas como a NR 12, que é a norma sobre segurança em máquinas e equipamentos”, complementa Rafael, colega de Jones no MBA em Gestão da Manutenção e Produção Industrial.

O diretor presidente da Cavaletti, Gilmar José Cavaletti, explica que a produção de uma cadeira envolve cerca de 100 processos, “cada máquina faz uma operação, são milhares de peças envolvidas, por isso a automação é um processo que não tem volta”. Países desenvolvidos como Alemanha, Coréia do Sul e Japão, por exemplo, utilizam processos semelhantes de parceria entre faculdades e empresas para, entre outros benefícios, garantir uma melhor formação acadêmica, incentivar a produção científica e criar produtos inovadores. E se a Cavaletti está de portas abertas para a faculdade, Gilmar lembra com carinho que também se sente em casa no Barão/FAE, onde foi aluno do Ensino Médio, entre os anos de 1974 e 1977.

Matéria por:

Aline C. Vogt Ongaratto,
Jornalista/MTb 15641
Faculdade Anglicana de Erechim – FAE

 

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